É um dia típico de sábado, dia
fresco, final de tarde prometendo céu limpo com lua, estou sentada à minha
escrivaninha, toalha cinza enrolada nos meus cabelos e uma rosa enrolada ao meu
corpo, uma taça de água ao meu lado direito, e alguma música romântica de
Beyonce ao fundo... acabei de sair do banho e decidi que precisa escrever isso
hoje, enquanto ainda é fresco na memória, pois daqui a pouco, quando eu me
sentar numa mesinha de bar com uma amiga e pedir uma Heineken para engolir junto
com minha dignidade, ele já estará no arquivo “lembranças para recordar”.
Amanhã fará duas semanas que
recebi o primeiro contato dele em forma de mensagem:
“Bom dia, tudo bem? Vi seu contato em anúncio na internet, mas fiquei
muito impressionado além de sua simpatia e beleza, com sua sinceridade e
inteligência. Admiro muito isso o que realmente a diferencia em seu ramo de
trabalho. Estou a pouco tempo na região, vim de ....... para ser.......... na ..........
Gostaria de poder conversar e lhe conhecer um pouco mais antes de marcamos um
horário. Sendo sincero, não tenho este hábito de sair.”
Fiquei impressionada com tamanha
educação e cavalheirismo logo de cara. Avisei que não estava na cidade, mas que
conversaríamos assim que eu retornasse. Na semana seguinte, demos continuidade
a conversa de outrora. Depois de trocarmos algumas conversas sobre tipo de
comida preferida, chegamos à conclusão que ambos gostávamos de comida japonesa
e o convite dele para um almoço naquela semana foi feito. Nunca havia almoçado
ou jantado com clientes, dada a sua delicadeza nas mensagens cuidando para não
ser evasivo, decidi aceitar.
E numa quarta-feira em plena às
11:45 da manhã estávamos lá nos “esbarrando” no estacionamento do shopping,
assim que desci do carro e caminhei uns cinco passos o avistei, e lhe disse:
acho que você é a pessoa que estou procurando.
Caminhamos até o restaurante
trocando algum tipo de informação que agora não me recordo, pois estava muito
preocupada com o encontro, nos sentamos à mesa do restaurante de comida japonesa
e permaneci tensa ainda enquanto olhava o cardápio. Eu sou péssima por natureza
para escolher alguma coisa quando um garçom espera ao lado, se coloca mais um personagem
a minha frente esperando uma resposta tudo fica pior. Um dos poucos traumas que
carrego do meu ex marido, impaciente, dispensava o garçom e fazia alguma
piadinha para disfarçar sua impaciência comigo.
Do momento que nos sentamos ali
até o momento que encerramos e fomos para um café, a convite dele, parece que
tudo passou em minutos. Conversamos sobre diversos assuntos, e eu, sempre que
podia desviava meu olhar dos dele, por mais que quisesse encara-lo e ver o que
tinha por de trás daquela postura elegante, mas misteriosa, eu fugia. Era mais
seguro.
Ele não tirou os olhos de mim nem
um segundo, ele simplesmente olhou nos meus olhos do início ao fim. Seus olhos
eram como um chamariz, eu precisava desviar os meus, por que seu olhar me
despia, e não estou falando de corpo. Repito, eu precisei desviar os meus olhos
em vários momentos para não adentrar no seu universo paralelo. Eu sabia que
poderia passar por desinteressada, mas me sentia muito vulnerável.
Após o almoço, e quase duas horas
depois que se passaram rapidamente, paramos num quiosque de café e continuamos
nossa conversa, ali, eu já estava começando a me sentir confortável com seus
olhares. Era como se fosse um encontro de verdade, mas fui despertada quando
encerramos o café e ele me perguntou: “fui eletivo”? Respondi com um sorriso
sem graça que sim, e só então me recordei que estava ali “a trabalho”, fomos
para o estacionamento, e entramos no carro dele para seguirmos para o motel.
Escolhi uma suíte singular para
nosso encontro, já que me deixou à vontade para que o fizesse. Entramos, e o
nosso universo paralelo agora se encaixa dentro de paredes vermelho escuro, uma
cama redonda com alguns brinquedos de Bondagem
(chicote, venda p/ olhos etc), dois sofás também vermelhos, um pequeno
palco com pole dance e jogo de luz, e do outro lado uma banheira de hidro. No
centro uma mesinha com suas banquetas, onde colocamos nossos celulares e outros
apetrechos.
Não me lembro agora qual foi o fim da conversa antes de nos
beijarmos, mas começamos um beijo suave no meio do quarto, e em seguida fui
guiada para a parede, onde ele me encostou e me beijou com ansiedade e
suavidade. Abaixou o zíper do meu vestido e aí sim me despiu o corpo.
Quando ele tirou toda a sua roupa
me senti no paraíso, aquele homem tinha o corpo simplesmente “uau”, sua
personalidade que me mostrara até o momento combinava mais com ele Nu.
Depois disso, nos beijamos muitas
vezes, e eu procurava experimentar cada milésimo de segundo da sua temperatura
corporal, da sua boca, do seu corpo, da sua pele encostado e roçando a minha,
tudo nele era convidativo, tudo.
Seus olhos continuavam a me
intimidar, mas eu já havia me acostumado, e o retribuía como se procurasse
alguma coisa lá no fundo por de trás daquela cortina. Eu fui entrando cada vez
mais.
Em algum momento fiquei deitada
de bruços, me presenteou com uma massagem que estalou partes da minha coluna que eu nem sabia que existia, depois, senti sua língua percorrer cada pedaço do meu corpo, me beijou
inteira, parou no meu sexo, me chupou, me chupou muito, me fez gozar deliciosamente
na sua boca. Mais tarde, depois que retribui o “banho de língua”, também o fiz
gozar na minha. Ficamos quites. Ele gozou lindamente. E eu, lindamente
satisfeita.
Tudo teria acabado bem se
acabasse ali, no momento que pagássemos a conta e fechássemos a porta atrás da
gente e não olhássemos para trás, mas ninguém sai de um jogo desse sem se
envolver com o oponente.
Em dada altura, fiquei a imaginar
quem era o jogador, ou talvez o vendedor, porque naquele dia eu posso ter
recebido meu pagamento financeiro, mas não fui eu que realizei a venda. No
final daquele dia, eu tinha muito mais a pagar do que ele. Normalmente sou eu
que saio do encontro com a sensação de dever cumprido, mas não foi assim com
ele.
De cada vez que eu o olhava, entrava
um pouquinho mais no seu espaço.
Foi uma tarde mágica,
palavras dele, teve química, teve cumplicidade, teve sedução.
De cada vez que abria minhas
mensagens, lá estava: “estou pensando em vc”.
Eu entrei num labirinto sem
querer, cada vez mais adentrava mais um pouquinho. E não sei em que momento me
perdi. Agora, é como se a cortina se fechasse, e a luz apagada, eu não sei
voltar atrás, eu não sei por onde entrei, mas é fato que acho uma saída.
E desses dias, após aquele dia,
vai sobrar uma lembrança boa, eternizada nessas palavras.
E como toda mágica acaba...
acaba.
Saí do chuveiro agora a pouco,
escorreram muitas gotas de água pelo meu corpo, e algumas não desceram do
chuveiro.
queres ver que se apaixonou...
ResponderExcluirNãoooo. hahahaha
ExcluirNego forever!
Cuidado que o coração por vezes é traiçoeira e, deixa que algo se agarre.
ResponderExcluirCoração já está a sete chaves! rsrs
Excluirapesar de tudo é uma história muito bonita!
ResponderExcluirObrigada Raquel! Volte mais vezes!
ExcluirMuito bem! Adorei :)
ResponderExcluirBeijoos
Obrigada, volte mais vezes!
ExcluirJá que esta perdida no labirinto,aproveite e se delicie com os diversos caminhos. apenas tome cuidado para não se machucar quando encontrar a saída. (As vezes acontece).
ResponderExcluirBeijos,Cris.
Obrigada pela visita e pelas palavras! Com certeza terei cuidado!
ExcluirQuando assim é, há que repetir... Gostei de te ler
ResponderExcluirvem ler-me também, pode ser?
Obrigado
Beijo doce
Eu de tua visita! bjos!
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